As cosmovisões, saberes e práticas de povos originários e comunidades tradicionais nos ensinam a honrar a água como bem comum à vida humana e não humana nos territórios, alimento e saúde, sagrada em seu poder de nos interligar no bem viver. Tanto o direito humano à água, como o direito dela de fluir livre e limpa vêm sendo violados pela incessante expansão do neoextrativismo e do neoliberalismo. Com seus braços injustos e racistas, o agronegócio, a mineração, as barragens e termelétricas, entre outros, expropriam os territórios, machucam as relações ecológicas nos diferentes biomas, capturam, privatizam e contaminam as águas. Com isso, inviabilizam modos de vida, ferem a autonomia e ameaçam a soberania alimentar e hídrica dos diversos povos afetados, com graves consequências para a saúde dos seres humanos e não humanos, especialmente para as mulheres e juventudes. O GT Água á Vida se propõe a contribuir na produção de argumentos e narrativas que possam visibilizar essas violações de direitos, conectar e fortalecer iniciativas de cuidado das águas e as lutas de resistência, inclusive na relação campo-cidade. Para proteger a produção social da Vida, queremos levantar a bandeira de Territórios Livres do agronegócio e fortalecer a defesa de Territórios Livres de mineração, entre outras frentes de ação que desconstruam a mercantilização das águas no Brasil e na América Latina.
APARATO AMBIENTAL
O GT Resistências ao Desmonte Ambiental surgiu da articulação interna dos membros da Rede para acompanhar, analisar e denunciar o processo de destruição das políticas ambientais, dos aparatos legais e institucionais relacionados aos direitos de povos e comunidades tradicionais, e da proteção da natureza. O GT dedica-se à produção de materiais populares, realização de rodas de conversa, apresentação de denúncias em organismos internacionais, articulação com outras organizações e redes, bem como incidência política a influenciar os processos decisórios.
O GT Racismos da RBJA surge, em 2021, com o objetivo de refletir sobre o tema do racismo estrutural, com ênfase no ambiental, entendendo as práticas excludentes, desde o espaço interno à RBJA até às dinâmicas do modelo de desenvolvimento; de ser um espaço de cuidado e de elaboração de propostas de modo a garantir mecanismos e práticas antirracistas no contexto da RBJA; e construir um horizonte de uma RBJA efetivamente antirracista. O grupo se dispõe ainda a refletir e construir caminhos também em debates sobre outras formas de opressão, a partir da noção de interseccionalidade. Participam deste grupo pessoas negras, indígenas e pessoas brancas que se dispõem a somar e pautar o debate da branquitude e privilégio branco.
A Articulação Inter-Redes por Territórios Livres de Mineração é um conjunto de redes de movimentos sociais populares, comunidades, organizações da sociedade civil, pesquisadores e militantes que se encontram para fomentar e dar visibilidade às lutas por Territórios Livres de Mineração (TLM) no Brasil. Disso, foi construído um repositório como uma estratégia de fortalecimento para amplificar as experiências dos territórios, promover encontros, alianças e formular críticas integradas à política mineral brasileira e ao padrão de violações de direitos humanos e ecológicos das empresas mineradoras. O objetivo do repositório é reunir materiais diversos (textos, artigos, encartes, produções audiovisuais e outros) que se relacionem com o tema, disponibilizando pública e gratuitamente ferramentas de pesquisa, visibilidade e luta popular.
A Articulação AGRO é FOGO reúne movimentos, organizações e pastorais sociais que atuam há décadas na defesa da Amazônia, Cerrado e Pantanal e seus povos e comunidades. Surgiu enquanto articulação como reação aos incêndios florestais que assolaram o Brasil nos últimos dois anos. Nos move não somente a necessidade de qualificar o debate público. Mas sobretudo ir além das imagens de satélite e números de desmatamento, trazendo a dimensão do que é vivido no chão da floresta e dos sertões.
livre comércio
A Frente é composta por mais de 120 organizações da sociedade civil, que se opõem criticamente à assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia e buscam promover o amplo debate com a sociedade sobre os impactos que o acordo poderá trazer aos povos, aos trabalhadores e trabalhadoras e aos territórios do país.